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Um convite à fantasia e ao horror da guerra


Disponivel para PC, Xbox 360 e PS3 

Operation Flashpoint: Dragon Rising não era simplesmente um jogo de guerra. Era um jogo de guerra projetado para supersoldados, para os quais o combate bélico aparecia acima de qualquer outra questão vital. O negócio era se arrastar pela lama e distribuir jargões, sempre embalado pelo título “simulador de guerra”. Bem, agora as coisas estão diferentes.

Não que a Codemasters tenha afrouxado na produção de Red River, segundo título da franquia. Mas a coisa toda parece agora muito mais humana, em detrimento da máquina de guerra inaugurada pelo seu antecessor. Em foco, aparecem tanto o horror quanto a fantasia que existe por trás de toda a guerra — sobretudo para quem vê corpos mutilados a uma distância segura.


Para efeitos de comparação, a sequência do festejado título da Codemasters parece repousar confortavelmente em um limbo localizado entre a simulação estrita do seu antecessor e o combate descerebrado e frenético da série Call of Duty. Sim, trata-se de um golpe em potencial para os puristas. Mas há mais coisas na cartola.

Primeiro o entretenimento, depois a autenticidade

Eis o mandamento maior para Red River. Mas espere, isso não equivale a deixar as raízes táticas de lado, longe disso. Antes, o negócio aqui parece ser o de abstrair os conceitos que construíram o clima de simulação da série aos seus elementos mais básicos — pontos essenciais como o trabalho em equipe, a precisão, a necessidade de se tomar cobertura e de flanquear o inimigo.

Tudo isso combinado em um título que, sim, deve favorecer mais a diversão pura do que o retrato “pixelizado” da guerra. Mas nem por isso a configuração social aqui deve ser menos séria. Ou menos tensa.


Efervescência política


Red River é o próximo título de guerra a jogar a clássica pergunta “E se... ?”. Em outras palavras, enquanto outros cenários hipotéticos construídos nos video games produziram caos geopolítico entre EUA e Rússia (Modern Warfare 2), e também simularam uma ascensão desatinada da Coreia do Norte sobre o restante do mundo (Homefront), a pergunta da vez é: e se o Tadjiquistão (país da Ásia Central) fosse invadido por tropas afegãs, exigindo assim uma reação estadunidense?


Entretanto, partindo do foco político para o pessoal, a coisa ganha ares bem mais realistas. Em Red River, a sua missão é liderar três outros soldados... Enquanto faz o possível para manter todos vivos e seguros. Isso porque o clima de isolamento aqui não poderia ser mais pronunciado: embora você e seus compatriotas sejam parte integrante do exército dos EUA, vocês constantemente se encontrarão completamente sozinhos diante das linhas inimigas.

Foco cooperativo

De qualquer forma, não se surpreenda se você acabar gastando a maior parte do seu tempo se escondendo e cuidando dos próprios “remendos”. Não que o consagrado esquema tático de ordens não esteja presente, é claro: “flanquear pela esquerda”, “flanquear pela direita”, “correr para um abrigo”, “defender um ponto no mapa”, "suspender fogo”. Para tanto, há um prático menu radial.

Entretanto, ao dar ordens e tentar ganhar terreno, algo se torna bastante nítido em relação a Red River: trata-se de uma experiência voltada principalmente para a jogabilidade cooperativa. Não que os algoritmos do game não façam um bom trabalho... Só que contar com outras inteligências humanas torna a coisa toda muito mais verossímil, e também muito mais efetiva.

Enfim, Operation Flashpoint: Red River parece perfeitamente capaz de fazer jus ao seu legado. Ok, os mais puristas talvez sintam falta de alguns preciosismos em relação às mecânicas de jogo. Entretanto, conforme parece defender a Codemasters, o resultado final deve trazer um equilíbrio tão inédito para a série quanto foi a simulação do primeiro título para os jogos de tiro em primeira pessoa.